terça-feira, 29 de maio de 2012

Depois de longos dois anos de silêncio: "Vou voltar, haja o que houver, eu vou voltar"...

Dois anos de preguicinha boa e de pensamentos borbulhantes! Quero organizá-los pelo lado de dentro antes de postar aqui... o que não vai demorar muito!




"Pode ser
Que a nossa história
Seja mais uma quimera
E pode o nosso teto, a Lapa, o Rio desabar
Pode ser
Que passe o nosso tempo
Como qualquer primavera
Espera
Me espera
Eu vou voltar"

Eterno Chico

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Como será?

Nada de novo.
Nada, de novo.


Ao mesmo tempo, explosões de sentimentos que desconheço, conheço, eço.
Amanheço, dentro de mim.
Volto, me encontro, desencontro, desato, ato, atuo, alto, sereno, molhado, olhado, percebido, ardido, perdido, fora de mim.

Esqueço, eço.

Contagio.

Desmereço, desabarato, des.. des...

Por dentro tudo está cinza, complicado, ado, parado, ado... ado...





Uma fagulha ainda acesa, eu quero apagá-la.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Meu coração por dentro

"Quem me abandona não me quer bonito
Não ouviu meu grito nas noites de insônia
Quem me abandona, só pra ser feliz comigo aflito
Quando partiu na mesa a melancia, era assim meu coração por dentro
Quando espetei no peito essa agonia, era assim a dor do meu tormento
E vocês acreditam que ainda hoje
Toda vez que eu canto esse meu invento
Toda vez que eu canto arrebenta os pontos da ferida
Quando partiu na mesa a melancia, era assim meu coração por dentro
Quando espetei no peito essa agonia, era assim a dor do meu tormento"

Vital Farias

sábado, 31 de julho de 2010

Se PT e PSDB fossem iguais

Há uma tese que corre em setores políticos distintos que, pelos equívocos que contém e pelas conseqüências desastrosas que gera, deve ser analisada com precisão. É a tese de que o PT e o PSDB seriam a mesma coisa, assim como os governos do FHC e do Lula.

A tese leva a uma espécie de “terceirismo” entre a direita e a esquerda, buscando definir uma eqüidistância em relação às candidaturas da Dilma e do Serra. Em 2006 essa posição levou a que alguns setores da esquerda propusessem o voto branco ou nulo diante da alternativa de Lula ou Alckmin, como se fosse igual para o Brasil qualquer um deles que fosse eleito.

Se os governos de FHC e Lula fossem iguais, a desigualdade teria diminuído e não aumentado durante o governo de FHC. Se fossem iguais, o extraordinário apoio popular que tem Lula teria sido dado também ao governo FHC que, ao contrário, terminou seu mandato com uma imensa rejeição da população brasileira.

Se fossem iguais, a reação do Brasil diante da mais grave crise econômica internacional desde 1929 teria sido a mesma de FHC em 1999: elevar a taxa de juros a 48%, pedir novo empréstimo ao FMI, assinar a corresponde Carta de Intenções (deles), cortar recursos das políticas sociais, aumentando a recessão e o desemprego, que levou o Brasil à uma profunda e prolongada recessão, de que só saímos no governo Lula.

Enquanto que o Lula reagiu diante da crise incentivando a retomada do crescimento da economia, baixando as taxas de juros, mantendo o poder aquisitivo dos salários, intensificando as políticas sociais, e fazendo assim que superássemos rapidamente a crise.

Se fossem iguais, não teria sentido a luta contra a ALCA – Área de Livre Comércio das Américas -, que FHC propugnava e que o governo Lula inviabilizou, para fortalecer os processos de integração regional. Dizer que são governos iguais ou similares é dizer que tanto faz privilegiar alianças subordinadas com os EUA ou aliar-se prioritariamente com os países do Sul do mundo, com os Brics entre eles.

Se fossem iguais os governos FHC e Lula, o Estado mínimo a que tinha sido reduzido o Estado brasileiro seria o mesmo que o Estado indutor do crescimento e a garantia da extensão dos direitos sociais da maioria pobre da população. O desenvolvimento, suprimido do discurso de FHC, foi resgatado como objetivo estratégico pelo governo Lula, articulado intrinsecamente a políticas sociais e de distribuição de renda.

Se fossem iguais, a maioria dos trabalhadores continuaria a não ter carteira de trabalho assinado, predominando o emprego informal sobre o formal. O poder aquisitivo dos salário teria continuado a cair, ao invés de ser elevado acima da inflação.

É grave que haja setores na esquerda que não consigam distinguir essas diferenças, entre a direita e a esquerda. Perdem a capacidade de identificar onde está a direita – o inimigo fundamental do campo popular -, correndo o grave risco de fazer o jogo dela, em detrimento da força e da unidade da esquerda.

sábado, 10 de julho de 2010

Canções do Divino Mestre - indico


A Bhagavad Gita é um dos capítulos do poema épico Mahabhárata, uma das mais importantes contribuições da Índia para a história da cultura universal. Como toda grande obra, fala a todos os leitores, em todas as épocas. Seu universalismo está presente, por exemplo, no tema do domínio de si, que percorre toda a filosofia indiana. Krishna, o divino mestre, ensina a vida a seu interlocutor. Fala também da alma, da devoção, do trabalho de aperfeiçoamento pessoal. Fala sobretudo de certas realidades humanas: compreensão, inteligência, estar-livre-da-ilusão, veracidade, perdão, firmeza, felicidade, tristeza, nascimento, decadência, covardia, destemor, eqüidade, não-violência, satisfação, penitência, caridade, infância, fama. Isso já basta para conquistar o leitor ocidental contemporâneo, para fazê-lo solidário com uma cultura tão profundamente outra.
Esta edição, traduzida diretamente do sânscrito por Rogério Duarte, é acompanhada de um CD que traz 32 "Canções do Divino Mestre" e tem a participação de 29 músicos, entre eles Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé, Arnaldo Antunes, Chico César e Cássia Eller.



Faixas:
01 - Observando Os Exercitos (Rogerio Duarte)
02 - Leitura De Rogerio Duarte
03 - O Lamento De Arjuna (Chico Cesar)
04 - A Eternidade Da Alma (Gilberto Gil)
05 - Leitura De R. Duarte E Wally Salomao
06 - Exortacao A Luta (Siba)
07 - A Espada Do Saber Transcendental (Belchior)
08 - Quem Parte Na Luz, Quem Parte NaS Trevas (Tom Ze)
09 - Oferenda A Mim (Gal Costa)
10 - A Base Do Supremo (Moreno Veloso)
11 - A Pessoa Suprema (Pericles Cavalcanti)
12 - Leitura De Walter Silveira
13 - As Qualidades Das Pessoas De Natureza Divina (Arnaldo Antunes)
14 - O Homem Demoniaco (Arrigo Barnabe)
15 - Leitura De Walter Silveira E Julio Wong
16 - O Comedor De Cachorro (Cassia Eller-Luiz Brasil)
17 - Deve-Se Pensar Em Deus (Maharaj)
18 - A Pessoa Transcendental (Jussara Silveira)
19 - A Visao Do Yogui Sincero (Ana Amelia E Rogerio Duarte)
20 - Maha Mantra (Tomaz Lima)
21 - Leitura De Taina Guedes
22 - Leitura De Lenine
23 - A Refulgencia De Deus Na Forma Universal (Rogerio Duarte)
24 - A Visao De Krishna Na Forma Universal (Lenine)
25 - Leitura De Lenine
26 - Leitura De Taina Guedes
27 - A Semente Original (Geraldo Azevedo)
28 - Que E Muito Querido A Mim (Elba Ramalho)
29 - A Louvacao De Krishna Por Arjuna (Walter Franco)
30 - A Opulencia Do Absoluto (Oliveira De Panelas)
31 - O Pai Do Universo (Joao Duarte)
32 - Final (A Conclusao De Sanjaya) R. Duarte A. Marsicano


duas mãos dadas juntas.

“O que quer que você faça na vida, será insignificante, mas é muito importante que o faça, porque ninguém mais o fará. Como quando alguém entra na sua vida, e metade de você diz que não está nem um pouco preparado, e a outra metade diz: faça com que ela seja sua pra sempre.” Vi isso num filme, aquele, Lembranças... bonitinho, e triste.

Você acha que eu estou obcecada? Ou funciona assim pra todo mundo que se apaixona? Tipo, pensar em alguém o tempo todo, lembrar, lembrar, lembrar... isso me faz achar que começo a ficar louca.

O dia hoje se arrastou, tipo, ainda são 20h, e o que eu estaria fazendo se não estivesse aqui, se meu lugar fosse você, com tudo que vem dentro?

Sinto medo, e não sei parar de sentir, porque sinto muitas coisas sempre, e é difícil sentir, e mais difícil ter que deixar de sentir, e eu não quero. Quero somente explodir de tanto sentimento, buuum, um bum bem grande.

Se eu morrer de chorar a culpa é sua, saiba disso. “Você vai dizer: Argh, mas tu chora o tempo todo.” E eu choro mesmo, sem nenhum motivo aparente, uma manteiga derretida. Acho que chorar é o jeito que o meu corpo encontrou pra jogar fora essas amarras de pensar e sentir. Chorar é estrapolar, e é ter coragem de se lavar de dentro pra fora eu acho, então estou limpa, mas preciso de um cigarro urgente, será o último, eu juro.

Sou louca por esse homem desde a minha juventude, que foi a menos de dois meses atrás, e hoje sou mais louca ainda porque ele é o pai dos filhos que eu ainda não tenho, e estamos nos acabando juntos, minhas pernas doem, e a culpa é dele.

Saiba que você está me consumindo, e meus olhos amanhã vão amanhecer inchados, culpa sua e do Radiohead, que é minha trilha para momentos solitários, aquele da MTV, mas acho que você não sabia disso, como não sabe tantas outras muitas coisas sobre mim.

Me dá a mão logo, e aperta forte, não solte ela por nada nesse mundo. Fique comigo. Me ensine um jeito de amar que não doa tanto, não quero me doer. Não quero doer você. Me sinta na sua mão e não me solte por nada nesse mundo. Fique junto de mim, anoiteça e amanheça, entardeça, envelheça, enraiveça, eça, eça, me eça até não poder mais.

Não me deixe obcecar, não me deixe achar que você é a razão absoluta da minha felicidade, quero ser feliz sem você também, mas não sei se sou capaz, e isso me assusta.

Uma parte de mim diz pra eu não me entregar tanto, pra não sofrer de novo, e outra parte diz: “vai com tudo, mujer.” Sinceramente não sei, acho que estou indo com tudo, e sinto vontade de colocar o pé no freio, tipo segundas, quartas e sextas, mas não sei se vou conseguir.

Acho que não sou mais sozinha, tenho uma mão pra segurar, uma cabeça pra afagar, tenho alguém por quem chorar à noite, e alguém por quem sorrir. Eu tenho planos, tenho sonhos, e não sonho sozinha, isso é gratificante. Por isso não me deixe, não quero ter uma casa na praia sozinha, nem quero deixar de ser consumista sozinha, quero dividir as coisas contigo. Quero sentar Zion no teu colo, programar a câmera e tirar uma foto nós três, depois nós quatro, não esqueça da Jasmim, gostei desse nome, ta aprovado. Sinto sua falta meu amor. Meu olhar quer o teu, e ele quer agora, tem uma vontade pra agora, o que vou fazer com ele? Me diz? Aliás, o que vou fazer com o resto de mim? Que quer você?


sábado, 26 de junho de 2010

O da menina que não queria casar.

Sentou na mesa de jantar, partiu o pão ao meio com cuidado, passou manteiga dos dois lados, repousou a faca ao lado do prato, então deu a primeira mordida. Mastigou bem, dez vezes, como a tinham ensinado, respirou fundo e disse calmamente: 'Não quero me casar'. Afirmação simples e concisa. Ainda continuou o devaneio: 'Casamento é só uma imposição burocrática.' Todos na mesa engoliram seco. A mãe retrucou: 'Pode se amigar amanhã, mas esqueça que eu existo.' O pai continuou a mastigar a comida, descuidado, como se nada tivesse ouvido. A tia enfiou uma colherada guela abaixo no filho de quatro anos, ela sabia onde aquela conversa iria chegar.
Um minuto de silêncio ensurdecedor, onde só se ouviam os dentes mastigando a pamonha do mês frio e acinzentado de junho. Era inverno, e por isso talvez, os corações estivessem frios e fechados para a felicidade, mas não. A filha, entalada, não com o pão, mas com toda a tradição que rondou sua família por gerações, ainda teve força e ímpeto para dizer: "Casamento é o bom viver." Última sentença, antes ter ficado calada. Chuva de gritos, espasmos, uivos dolorosos sobre só ter tido uma filha e esta não dar nenhuma alegria. Lamentações banhadas a olhares incriminadores. Na verdade, ninguém naquela mesa sabia ao certo sobre o que falava. Se era tradição, amor, convivência, vontade, família, burocracia... cada um falava sua própria língua, incompreensível para o semelhante. O fato é que a filha bateu na mesa e declarou sua sentença de perseguição eterna. Obviamente não estava disposta a levar aquele assunto tão a sério, só queria gerar uma polêmica, mas isso não vem ao caso. O fato é que a filha vociferou a angústia aprisionada na sua alma. Obviamente também, ninguém deu crédito a sua argumentação infundada, a ignoraram. Ninguém na mesa acreditava mesmo que a filha única de um casamento feliz, iria também ter o mesmo futuro promissor de seus geradores. Ela estava marcada para sempre, por ter contado seu segredo a um desconhecido que não a acompanhou por toda vida, como mandava a Sagrada Escritura. Um destino infeliz esperava a herdeira de toda a alegria existente na terra. Teve a oportunidade de ter tudo o que quis, mas escolheu o lado oposto do campo de batalha, escolheu querer não se casar. Não que ela tivesse escolha, mas tinha, e todos tinham que acreditar que de fato ela poderia optar, e sendo assim, escolheria o véu branco, ou ao menos o juiz e seu sermão de papel. Não quis nada disso, ao menos por essa noite de junho, mês frio e tempestuoso, que levou consigo casas, pessoas e escolhas. Um dia saberemos como a história acabou, mas algo me diz que... bem, nada me diz algo, esperemos para ver.