terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Acabei de ler uns escritos de Caio Fernando Abreu, que eu não gostava de ler porque achava muito auto-ajuda, adorei.
Quero ter paciência de escrever tudo que tô pensando agora, mas tem umas formigas aqui nas minhas costas, e eu já estou enlouquecendo.
O ano tá acabando, quer dizer, ainda é 15 de dezembro, e ainda faltam mais 15 dias pra frente pro martírio realmente ter fim. Estou quase de férias, faço uma prova hoje de noite e adeus unviersidade até 2010.
Voltando ao Caio Fernando, eu quero mais amor, quero mais olhares, quero mais cheiro, quero mais, afinal.
Passei o ano me conformando em receber migalhas, até finalmente perceber que mereço mais, que posso ter mais, e por isso terei mais.
Eu não quero mais beijos, não quero mais abraços, mais, mais, mais... eu quero é amor mesmo, quero ouvir um eu te amo, quero sentir verdade.
Cansei de ouvir que sou maravilhosa, que sou linda, engraçada, irresistível, eu sou gorda, tenho o cabelo emaranhado e a cara cheia de espinha, minha perna tem estrias e celulites, e minha bunda é horrível, assim como os meus enormes seios! Mesmo assim, sei que mereço ser amada, e que posso ser amada, portanto, me ame.
É, isso não é uma daquelas coisas que podemos obrigar alguém a fazer, o amor vem por acaso, não sei direito como vem, mas ele vem, e consegue ser lindo.
Eu amei várias pessoas na minha vida, amo alguém agora, mas fico pensando se apenas amar fez de mim alguém mais feliz, não fez.
Meus amores foram paixões, foram quereres arrebatadores, eu queria ficar grudada o dia todo, queria absorver e ser absorvida, queria ficar olhando o sorriso toda hora, olhando os olhos, olhando as mãos, é, acho que eu fui feliz, mas não valeu.
Não entendo, eu quero entender, mas eu não consigo. Não consigo confiar, acreditar que alguém realmente me ame, fico achando que serei trocada pela musa de alguma estação a qualquer momento. Acordo achando que ele vai me olhar e dizer: não dá mais.
Não dá mais é pra viver assim, eu preciso de certezas, eu preciso ter uma convicção, preciso acreditar que sou amada, e que serei tão amada que em algum momento não vou mais aguentar e sairá amor pelos meus poros, pelos meus olhos, bocas e demais orifícios.
Não me sinto amada, tão pouco desejada, eu não me sinto, nem sinto nada, e isso é horrível.
Eu amo, devo amar, se não for amor isso que tá aqui como um nó na minha garganta, não sei mais o que é.
Eu vivo chorando, tenho vontade de chorar o tempo todo, porque eu realmente não entendo, eu escutava o "eu te amo" dele, e me soava tão verdadeiro, isso no começo, que foi a dois meses atrás, e já parece que foi uma vida, e tô aqui me queixando com minha filha de quarenta anos.
Agora não escuto mais nada além de "obrigado por me amar", é errado querer ouvir um eu te amo? Acho que não, ainda mais eu, que passei o ano, se não a vida sentimental inteira só escutando palavras profanas sem sentido algum. Logo eu que me sentia vazia, me sentia um trapo, uma sacola de lixo, não, não é errado querer ser uma bolsa cara agora.
Eu queria acabar esse ano feliz, apaixonada, saltitante, mas acho que não vou, não quero esperar dar meia-noite e um minuto pra decidir fazer tudo diferente nesse 2010, talvez eu não consiga honrar minhas decisões, como não consegui esse ano.
Eu não sei mais o que dizer, na verdade só vin aqui escrever para contradizer meu post anterior, onde eu não conseguia escrever nada porque estava feliz, ou vin aqui comprová-lo, já que estou triste e escrevendo. Vou da alegria à tristeza em segundos, talvez eu seja bipolar, ou talvez seja humana, talvez ainda seja adolescente, talvez seja louca, talvez queira só escrever coisas que ninguém vai ler, talvez, talvez.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Tenho que lembrar de não esquecer que tenho um blog.
Até porque aqui é meu escape, o lugar por onde escorro minhas angustias e frustrações...
Enfim.
Não sei escrever com gente perto de mim, e ultimamente não sei ficar sozinha também, aí lasca.
Sinto falta dos meus momentos de solidão, mas também não os quero mais, não sei como resolver.
Sei que é preciso calar, e pensar, para se resolver as coisas, mas também não tenho nada pra resolver, e isso em si me estressa. Sou o tipo de pessoa que precisa de uma carga enorme de tristezas, problemas e lamentações pra poder criar. Vivo criando confusões diárias dentro de mim e com o mundo, coisas sem importância ou necessidade, apenas pra eu poder evacuar o que há dentro de mim, aquilo que guardo no instestino e no coração.
Preciso chorar todo o tempo, preciso de uma dor me apertando a alma, preciso de uma fagulha me queimando por dentro, e não venha com essa que sou louca, todos precisamos disso.
É isso, perdi minha inspiração porque agora sou feliz, e não falar sobre felicidade, só sei falar de dor. Porque eu era toda dor, e agora nem isso sou mais. Me reduzi a uma pessoa tipicamente feliz e apaixonada, me tornei uma dessas pessoas que eu odeio todo dia.
Não existo mais, me acabei.