terça-feira, 23 de dezembro de 2008

The Dreamers

Foi assim, eu tava na universidade, ae um amigo meu chegou todo eufórico falando que ele tinha visto a cena de amor mais linda da vida dele, em filme pelo menos.
Então eu, é claro, perguntei "aonde? aonde?" Ae ele me emprestou The Dreamers, pronto, me apaixonei pelo filme, pelas questões propostas, pelos paradigmas quebrados, afinal, é cinema europeu né? Precisa mais nem falar nada!
Aí gravei logo pra mim, porém a primeira vista, prestei atenção só às cenas que meu amigo tinha indicado, bem depois foi que fui dar mais atenção a outros diálogos do filme, pronto, foi o ponto-chave pra eu me apaixonar ainda mais.
Meu diálogo favorito é o do "eu te amo também", na minha opinião um dos mais reflexivos do filme. Devido à toda carga emocional vinculada a declaração "eu te amo", e a frustração de receber um "eu te amo também" em troca.
Quem ama também apenas está completando a frase anterior, é como um cumprimento de dever, não tem nunhuma carga anexa, é quase um dizer para apenas "não ficar calado", me indentifiquei completamente com isso. Odeio dizer que amo alguém, e receber um "eu te amo também", ou dizer tô com saudades e receber um simples "eu também" e nada além disso.
O trecho do diálogo:


Clique na Imagem para aumentá-la.


O engraçado é que na verdade somos tão egoístas quando dizemos um eu te amo, a gente diz esperando receber toda uma declaração de amor em seguida, ae quando ouvimos a palavrinha "também", ficamos totalmente frustrados, é que a gente esquece que as pessoas são diferentes, e por isso sentem diferente.
Como disse Priscilla Santos pro blog Obvious:

"Os franceses parecem ter compreendido, ao menos melhor que a América, que toda declaração de amor é uma entrega de mão única; nada faz possível que seja recíproca. O ser declarante diz dos seus sentimentos, teoricamente verdadeiros, e nada pode pedir em troca. Por sua vez, o que ouve a declaração nada pode fazer a respeito para defender-se da franqueza do outro num argumento bastante parecido com o de um Cristo aniquilado em prol da salvação de seus queridos. Deve ser por isso que tentamos aplacar a questão com o rápido adendo-refrigério do “também”: nada pior que o poder dos humilhados."

Mas será que é mesmo isso o "eu te amo também"?
Um simples desencargo de consciência?
Se é ou não, cabe apenas a quem profere tais palavras analisar seu discurso, e para esses também, vale saber, que por vezes "te amo também" machuca quem sempre fica esperando um algo mais.




Créditos pela lembrança: http://blog.uncovering.org/

Um comentário:

Anderson "chino" disse...

agora eu entendi

saudade de vc


muita muita

quero colo

bjos totozos