domingo, 27 de abril de 2008

"nem eu, nem trem, nem ela"

Nunca mais a natureza da manhã
E a beleza no artifício da cidade
Num edifício sem janelas
Desenhei os olhos dela
Entre vestígios de bala
E a luz da televisão
Teus olhos têm a fome
Do horizonte
Sua face é um espelho
Sem promessas
Por dezembros atravesso
Oceanos e desertos
Vendo a morte assim tão perto
Minha vida em suas mãos

O trem se vai
Na noite sem estrelas
E o dia vem
Nem eu nem trem nem ela

(Dezembros - Fagner)

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